Mas a parte mais importante da entrevista de Cravinho de hoje é esta! Embora discordemos, desde sempre, das opções estratégicas que o Camarada Cravinho defendeu e defende para o Norte, os factos que ele aponta são da maior relevância, porque coincidem, não só com tudo o que tem vindo a ser dito para as orelhas moucas, como com as próprias considerações no JN de hoje de Elisa Ferreira sobre a trágica situação do Norte que provoca a trágica situação do país, confome atrás reproduzimos. Afinal o que sempre temos vindo a dizer de que a razão principal da crise da economia nacional, se é que a palavra crise já não é um optimista eufemismo, está no impedimento da libertação do país pela regionalização! Não estamos a vestir a camisola do PS? Porquê? A regionalização não é um imperativo constitucional e não está no programa do PS? Quem é que não veste a camisola? Não serão os cúmplices destes anos sem um passo no sentido da libertação e mobilização económica do país? Os responsáveis pela situação a que chegamos? Porque está mais que visto que Lisboa não consegue governar o Norte! Nem o país! Governava quando o Norte não precisava de governo e salvava o país com as exportações, como em parte ainda continua a fazer na medida em que, sendo a região mais pobre da Europa dos 15, ainda é a única de Portugal que exporta tanto como importa. O Norte tem de se governar a si próprio. Comoi o país interiro tem de dispor da dimensão regional da sua auto-governação! Este é um imperativo para nós, os nortenhos, mas tambám para todo o país, pode ser que agora percebam! Ser patriota é ser regionalizador! De resto houve sempre patriotas, patrioteiros e patriotasnos, assim rezam as crónicas mjuito antes da chega às ribaltas dos Paulos Portas, quejandos e esconços...(PB)
(Público)27.07.2008 Paulo Ferreira (Pública e Paulo Magalhães (RR)
Nesta altura de crise, o discurso de Manuela Ferreira Leite contra os grandes investimentos públicos pode fazer sentido, para o eleitorado?
Não faz sentido. Isso é uma espécie de Durão Barroso II, que teve que fugir para Bruxelas. Estamos a falar da energia e toda a gente concorda que é preciso apostar nas energias renováveis. Depois há escolas, e essa renovação é excelente. O grosso da coluna está na rodovia, no aeroporto e no TGV. O aeroporto é essencial. Eu discordo da localização, que foi obtida por um processo que é a nódoa mais negra em 50 anos de administração pública portuguesa. Deixou-se o LNEC fazer essa nódoa negra com muita desfaçatez e um sentido ético-profissional tão baixo que desprestigia toda a administração pública.
E o TGV?
O TGV e o aeroporto representam para o país uma mudança radical de infra-estruturas profundas por 50 anos e fizemos aí as duas escolhas erradas. O problema mais importante que o país tem é o afundamento do Norte. O Norte tinha, no final dos anos 80, cerca de 64 por cento do rendimento per capita de Lisboa. Dez anos depois era 69 por cento. E hoje regrediu para 58 por cento. Em dez anos, o rendimento per capita do Norte em relação a Lisboa regrediu 10 pontos percentuais. Isto é brutal. Com o este tipo de estratégia, o Norte na próxima década vai perder mais dez pontos em relação a Lisboa. Vamos ter quatro milhões de pessoas em perda e o fosso entre Porto e Lisboa vai-se acentuar. E não temos estratégia nem vontade de pensar nesse problema. O TGV Lisboa-Porto devia ter servido, com o aeroporto ao norte do Tejo, para levantar o Norte. Colocando o aeroporto ao sul do Tejo, vamos colocar a alavanca para a concentração do desenvolvimento em Lisboa, deixando o Norte entregue à sua sorte.
1 comentário:
Eu não me convenço que o Aeroporto serviria mais o Norte de Portugal se este fosse implantado a Nore de Lisboa. Penso que o que serve o Norte é o aeroposto do Porto e assim deve ser. O aeroporto de Lisboa serve a região de Lisboa e servirá como plataforma distribuitiva no tráfego aéreo. Ao menos que pretendam que as gentes do Norte se desloquem a Lisboa para apanhar um voo para Berlim (por ex.). Não entendo a argumentação deste senhor.
O que influencia o norte e o aeroporto do Porto é se a ligação ferroviária previlegiar a ligação com Lisboa. Falo da ideia que houve em ligar o aeroporto de Lisboa a rede TGV e o do Porto não. Isso sim, seria prejudicial, pois iria marginalisar o aeroporto do Porto em detrimento do de Lisboa.
Agora: beneficiar o Norte? Só se fosse em Coimbra! Penso que a Localização do Aeroporto de Lisboa não nos aquece nem nos arrefece.
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