Por Pedro Baptista
O Dr. Rio, como não tem obra para mostrar nem é capaz de apresentar projectos de desenvolvimento para a cidade, quer arranjar mais um caso do tipo do Túnel de Ceuta, para concentrar e desviar as atenções. Mas engana-se numa coisa: no túnel de Ceuta, havia um buraco aqui, no Aleixo, há pessoas.
Defendemos a substituição faseada das torres por outros edifícios de média dimensão, mas com reconstrução de moradias sociais para as pessoas que lá estão, que têm direito a habitação social e que ali se querem manter, muitos que ali nasceram, tem ali a sua identidade e também gostam de ver o rio. O Rio Douro, claro.
Haverá pessoas que se dispõe a ir para o centro histórico, donde é oriunda a primeira geração, nem serão assim tão poucas, mas a Câmara tem de se comprometer com isso, por escrito e em condições das pessoas poderem pagar as rendas sociais.
É pois admissível também outras construções naqueles terrenos que enriqueçam a diversidade social, proporcional às pessoas que, por livre vontade, desejem ir para outros lugares disponíveis.
Tudo isso estava pensado no desenvolvimento do projecto do Eng. Nuno Cardoso, ideia que o Dr. Rui Rio na altura atacou violentamente para ir buscar uns votos ao Aleixo, mas que agora, aparentemente, vem copiar. No entanto, do ponto de vista social, é um projecto totalmente diferente.
O projecto de Rio não tem qualquer flexibilidade, nem respeito humano, nem consciência social; é um projecto buldozer que só interessa aos investidores e especuladores imobiliários que há muitos anos afiam os dentes sobre os terrenos ribeirinhos em que se encontra o Bairro.
Trata-se simplesmente de assaltar os terrenos, escorraçar as pessoas, mandá-las para outros bairros sociais! É impensável em democracia!
Que dirá deste projecto o Doutor Paulo Morais, anterior vereador do urbanismo, corrido pelo Dr. Rio, e que por toda a parte tem enfatizado a corrupção que subjaz a grande parte dos empreendimentos deste género?
A maioria do PS na AM queria votar contra, mas não o fez para não entrar em contradição frontal com a incompreensível e inacreditável votação a favor feita pelos vereadores que estão em representação do PS na Câmara.
A votação dos que representam o PS na Câmara só é entendível à luz da táctica obscura de retirar a Rio o que consideraram um trunfo eleitoral, mas isso é imadmissível porque a política não pode estar dominada pelos jogos de poder, tem de pôr-se, acima de tudo, ao serviço das pessoas. Isto é democracia.
A verdade é o estado caótico em que uma proposta de Rio colocou as diversas instâncias do PS-Porto.
Ora sendo a Câmara do Porto um objectivo estratégico fundamental do PS, o Presidente da Distrital, que tantas vezes tem intervindo sem dever nos assuntos concelhios, deveria estar presente para zelar pela unificação das forças, impedindo este estado de coisas…
Mas alguém sabe dele? Onde está o presidente da Federação? Em Lx certamente a tratar de projectos sobre piercings ou contadores de água desactivados ou outros disparates.
Pior:
O actual presidente da Federação é deputado eleito à Assembleia Municipal do Porto e não só não esteve presente nesta reunião, como, desde há três anos, nunca pôs os pés em nenhuma reunião da Assembleia Municipal do Porto demonstrando assim o respeito com que encara o eleitorado portuense e os militantes socialistas do Porto.
O PS Porto não chegará a sítio nenhum nestas condições. Precisa de liderança no terreno.
Uma palavra final sobre os traficantes de droga. No Aleixo, há traficantes de droga mas também há muita gente boa como em todos os bairros e por toda a parte. Há, além do mais, uma infância, uma adolescência e uma juventude de deve merecer a máxima atenção dos responsáveis sociais ou educativos.
De resto, é claro que os traficantes de droga não têm direito a habitação social a não ser que se a considere a cadeia! Que é um problema espinhoso que tem de ser enfrentado com a coragem que tem faltado. É às autoridades, incluindo às municipais, que compete provar a existência de tráfico de droga nas habitações sociais e mover os mesmos legais para expulsar os ocupantes. Não basta apontar a dedo no “diz-se diz-se” porque isso era no tempo da antigamente, quando com uma denúncia se arrrumava com qualquer antipatia.
E quanto à droga já estamos habituados aos programas falhados do Dr. Rio. Quem não se lembra das promessas de há sete anos sobre o fim dos arrumadores. É só olhar e ver se nestes sete anos alguma vez as ruas deixaram de ter arrumadores.
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