por Amílcar Correia
12.07.2008, (Público)
O confronto político entre PS e PSD nas próximas eleições autárquicas terá o seu epicentro no Porto, uma vez que da conquista deste município dependerá, certamente, qualquer declaração de vitória na noite eleitoral. Embora nem sequer esteja marcada a data das eleições, o processo autárquico no distrito já teve início, como ficou claro esta semana, com algumas vicissitudes pelo meio.
12.07.2008, (Público)
O confronto político entre PS e PSD nas próximas eleições autárquicas terá o seu epicentro no Porto, uma vez que da conquista deste município dependerá, certamente, qualquer declaração de vitória na noite eleitoral. Embora nem sequer esteja marcada a data das eleições, o processo autárquico no distrito já teve início, como ficou claro esta semana, com algumas vicissitudes pelo meio.
É cada vez mais um dado adquirido que Elisa Ferreira seja a candidata do PS, por muito que possam existir algumas vozes no interior do partido a defender alternativas como a de Nuno Cardoso. Só agora distrital e concelhia parecem inclinadas, de forma irreversível, a apostar na candidatura da eurodeputada para impedir um terceiro mandato de Rui Rio, apesar das vozes contrárias, mais empenhadas na mesquinha discussão de quem é o número dois da lista.
Este PS, de facto, não tem dado provas de muita união quando se fala de candidatos autárquicos, lamentável num partido que saiu tristemente destroçado das últimas eleições de 2005 e que não venceu nos principais concelhos do país: Lisboa, Porto, Sintra, Gaia, Aveiro ou Coimbra. O que, em alguns destes casos, só aconteceu por culpa própria. Do desastre sobrou Braga e pouco mais. Mas não será de todo improvável que também esta capital de distrito mude de mãos, dada a crescente insatisfação com o longo consulado de Mesquita Machado. Matosinhos, onde Narciso Miranda poderá ser um candidato anti-PS, poderá, também, ser uma surpresa desagradável, caso o partido perca a câmara ou a maioria absoluta com que governa o município desde 1975. Neste cenário, a obtenção de uma câmara como a do Porto, juntamente com a conquista de uma das principais cidades do país e a manutenção de Lisboa, permitiria ao PS um discurso triunfal nas autárquicas.Por muito que Rui Rio insista num tabu quanto à sua recandidatura, é mais do que certo que o actual presidente da câmara será o candidato à presidência do município. Como Marco António deixou claro esta semana, o PSD não tem razão para pensar em outra candidatura. E Rui Rio também não tem motivo para não tentar um terceiro mandato. Pode é não concluí-lo. Mas essa é outra história.
As autárquicas realizam-se depois das eleições para o Parlamento Europeu e das legislativas e o desfecho destas últimas, em caso de vitória social-democrata, pode alterar os cálculos do actual presidente da câmara. Deste modo, é natural que o PSD se preocupe em discutir, nomeadamente com o seu parceiro de coligação, quem será o número dois das listas. Sendo quase certo que António Costa será reeleito com alguma facilidade, a manutenção da Câmara do Porto ganha para o PSD uma importância política acrescida. Posto isto, só precisamos de saber quem serão os dois números dois dos respectivos candidatos, porque não vale a pena ignorar aquilo que são mais do que evidências. Elisa Ferreira e Rui Rio serão os candidatos àquela que será, porventura, a disputa mais importante desse dia ainda sem data.
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