(Público) 28.07.2008, Ana Cristina Pereira
O PS quer, "com toda a celeridade", ver apurada a responsabilidade pela perda da bandeira azul da praia do Homem do Leme. É que o "galardão recentemente conquistado esteve apenas um mês hasteado", frisa Orlando Soares Gaspar, presidente da Comissão Política Concelhia do Porto do PS.
O PS quer, "com toda a celeridade", ver apurada a responsabilidade pela perda da bandeira azul da praia do Homem do Leme. É que o "galardão recentemente conquistado esteve apenas um mês hasteado", frisa Orlando Soares Gaspar, presidente da Comissão Política Concelhia do Porto do PS.
Num comunicado emitido na manhã de ontem, o dirigente socialista afiança não ser "dignificante para a cidade do Porto" ter celebrado a bandeira azul "com toda a pompa e circunstância", quando tal classificação "não tinha a consistência necessária para se manter no futuro". E atribui a degradação da qualidade da água à suposta má operação das duas ETAR (Freixo e Sobreiras).
As praias com bandeira azul sujeitam-se a análises de qualidade de forma periódica. Para manter o estatuto, não podem obter mais do que dois resultados aceitáveis. Na sexta-feira, a praia do Homem do Leme obteve o seu terceiro "aceitável". E a bandeira foi arriada por ordem da coordenação nacional da bandeira azul. A decisão apanhou de surpresa o responsável pelas Águas do Porto.
Ao candidatar o Homem do Leme à bandeira azul, Poças Martins terá previsto uma margem de risco de 50 por cento. Naquele mesmo dia, empenhou-se em mostrar que as análises estão apenas "ligeiramente acima do limite". E garantiu que os banhistas não sentirão "qualquer diferença". A praia do Homem do Leme obteve três resultados entre 140 e 160, quanto à presença da bactéria Escherichia coli. Está acima do valor exigido para a bandeira azul (100), mas muito abaixo do máximo admissível para banhos (2000). Antes da bandeira azul ter sido hasteada, todos os valores registados foram bem abaixo de 100. Há, de resto, diferenças "decisivas" entre os resultados oficiais e os de autocontrolo. Em "amostras colhidas ao mesmo tempo e no mesmo local", uns obtiveram 140 a 160 e outros entre 39 e 68. Por isso, a Águas do Porto vai pedir análises a um laboratório "certificado e independente". A empresa admite que novos factores "estão a influenciar negativamente a qualidade da água das praias". E anuncia que está a "investigar, em conjunto com professores da Universidade do Porto, o efeito dos novos molhes do Douro e as condições em que a poluição do Douro, do Leça, da ribeira da Riguinha e dos navios afectam as praias do Porto". E sublinha: "Os poucos resultados aceitáveis [obtidos] até agora derivam de poluição vinda do mar, fora do controlo directo do Porto, fenómeno complexo que importa caracterizar para melhor prever".
O vereador eleito pela CDU já classificou estas justificações como "patéticas". Para Rui Sá, "apostou-se numa forma artificial para resolver o problema de fundo, que era o saneamento". Ao invés de despoluir, "construiu-se um interceptor, uma tubagem, que conduz as águas poluídas para a ETAR de Sobreiras". As águas "são tratadas apenas na época balnear, durante o Inverno e outras estações as águas correm para o mar", afirma o vereador comunista.
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