Como ninguém consegue enganar toda a gente durante todo o tempo, nem os melhores na arte de enganar e temo-los tido dos bons, passo a passo, ano a ano, têm-se vindo a conhecer os verdadeiros traços do nosso Salvador durante 40 anos de ditadura de terror. O Santo, casto, papa-hóstias e escorripicha-galhetas, nunca passou afinal dum mulherengo vulgar, com a agravante de cultivar a hipocrisia até ao mais ínfimo pormenor, ao serviço da sua única verdadeira e profunda causa, muito mais importante do que qualquer crença religiosa ou política: ele, ele, ele; o seu poder pessoal. Toda a estratégia, todo o gesto político, foi executado com esse objectivo. O seu instrumento privilegiado foi o culto da hipocrisia, assim encobrindo a sua vida sexual desregrada e sempre oculta. A revista Time esteve proibida de entrar em Portugal durante 10 anos por o revelar. O problema maior é saber até que ponto quase meia-década de farsa passou, no plano educacional e psicológico para duas ( ou mais) gerações de portugueses. Cada um de nós, criado nesse tempo tem de estar todos os dias vigilante pois pode ter de matar o Salazar que ficou em cada um de si e em cada um do outro.
De resto esperamos que a estreia da versão cinematográfica ocorra em Santa Comba com uma exposição de peças íntimas coleccionadas pelo ditador como recuerdos das suas conquistas.
(JN) 22.07.08 ANA GASPAR
"A vida privada de Salazar" olha para a intimidade do homem que durante quatro décadas comandou o país.
A imagem de Salazar "casado com a pátria" cai por terra com os inúmeros casos amorosos que a história começa agora a revelar.
Contrariamente ao que seria de esperar de uma personalidade vincadamente católica, António de Oliveira Salazar também era supersticioso. E quando sobreviveu a um atentado, em 1937, procurou resposta nas estrelas. Maria Emília Vieira, mulher avançada para o seu tempo, foi a astróloga que se cruzou no seu caminho e além de ser chamada para aconselhar o ditador nas decisões mais importantes, tornou-se também numa das suas amantes.
Diogo Morgado e Soraia Chaves interpretam as duas figuras na mini-série que a SIC apresentou ontem, em parceria com a Valentim de Carvalho Filmes. "A vida privada de Salazar" é uma obra de ficção baseada em livros e estudos sobre o ditador, mas para a qual também foi também feita uma investigação intensiva por parte da produção.
Em dois episódios, de 90 minutos cada, com estreia prevista para a próxima temporada televisiva, a mini-série percorre quatro décadas e outros tantos relacionamentos de Salazar: Felismina Oliveira, que o leva a deixar o seminário, Júlia Perestrelo, a menina rica a quem dava explicações, Maria Emília Vieira, a astróloga, e Carolina Asseca, a aristocrata com quem se esteve quase a casar.
Mas muitas outras mulheres ocuparam o universo feminino de Oliveira Salazar, como a incontornável governanta Maria ou a jornalista francesa Christine Garnier. "Cada personagem feminina chega a um Salazar cada vez mais envelhecido. Mas não é a idade que o molda, são as pessoas e os episódios por que ele vai passando", adiantou Diogo Morgado, explicando que o guião retrata o ditador em cinco idades diferentes: aos 16, aos 26, aos 48, aos 62 e aos 78 anos.
Sem revelar valores, o director de Programas, Nuno Santos, disse que esta produção é "um dos maiores investimentos da SIC para a próxima temporada" e que a estação não teria condições para erguer este projecto sem parceiros. A Valentim de Carvalho também investiu no projecto que foi ainda financiado pelo Fundo de Investimento para o Cinema e Audiovisual (FICA).
"A vida privada de Salazar" terá uma versão cinematográfica, que deve estrear em 2009.
"A vida privada de Salazar" olha para a intimidade do homem que durante quatro décadas comandou o país.
A imagem de Salazar "casado com a pátria" cai por terra com os inúmeros casos amorosos que a história começa agora a revelar.
Contrariamente ao que seria de esperar de uma personalidade vincadamente católica, António de Oliveira Salazar também era supersticioso. E quando sobreviveu a um atentado, em 1937, procurou resposta nas estrelas. Maria Emília Vieira, mulher avançada para o seu tempo, foi a astróloga que se cruzou no seu caminho e além de ser chamada para aconselhar o ditador nas decisões mais importantes, tornou-se também numa das suas amantes.
Diogo Morgado e Soraia Chaves interpretam as duas figuras na mini-série que a SIC apresentou ontem, em parceria com a Valentim de Carvalho Filmes. "A vida privada de Salazar" é uma obra de ficção baseada em livros e estudos sobre o ditador, mas para a qual também foi também feita uma investigação intensiva por parte da produção.
Em dois episódios, de 90 minutos cada, com estreia prevista para a próxima temporada televisiva, a mini-série percorre quatro décadas e outros tantos relacionamentos de Salazar: Felismina Oliveira, que o leva a deixar o seminário, Júlia Perestrelo, a menina rica a quem dava explicações, Maria Emília Vieira, a astróloga, e Carolina Asseca, a aristocrata com quem se esteve quase a casar.
Mas muitas outras mulheres ocuparam o universo feminino de Oliveira Salazar, como a incontornável governanta Maria ou a jornalista francesa Christine Garnier. "Cada personagem feminina chega a um Salazar cada vez mais envelhecido. Mas não é a idade que o molda, são as pessoas e os episódios por que ele vai passando", adiantou Diogo Morgado, explicando que o guião retrata o ditador em cinco idades diferentes: aos 16, aos 26, aos 48, aos 62 e aos 78 anos.
Sem revelar valores, o director de Programas, Nuno Santos, disse que esta produção é "um dos maiores investimentos da SIC para a próxima temporada" e que a estação não teria condições para erguer este projecto sem parceiros. A Valentim de Carvalho também investiu no projecto que foi ainda financiado pelo Fundo de Investimento para o Cinema e Audiovisual (FICA).
"A vida privada de Salazar" terá uma versão cinematográfica, que deve estrear em 2009.
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