quarta-feira, 30 de julho de 2008

Comunicado do FAPAS sobra a Linha do Tua


Ao Movimento Cívico pela Linha do Tua,
Não podendo estar presente no importante debate de hoje, queria, em nome do
FAPAS (Fundo para a protecção dos Animais Selvagens) saudar e transmitir o apoio
(já expresso pela associação através da assinatura da petição por vários membros da
direcção nacional e pela colocação no site internet da FAPAS de uma mensagem) ao
Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT).
O expressivo número de assinaturas recolhidas pelo Movimento, muitas delas de
personalidades dos mais variados quadrantes, revela uma mobilização e um trabalho
de divulgação que deve servir de exemplo e que ajuda a contrariar a ideia que por
todos nós perpassa de tendência de crescente baixar de braços e desinteresse pela
participação cívica.
Não obstante estarmos perante uma acção concreta que visa a preservação de uma
linha ferroviária, meio de transporte com impactes ambientais reconhecidamente
reduzidos, é também certo que a grande mais-valia da linha do Tua é a própria
paisagem e ecossistemas ao longo dos quais a linha se desenvolve. A preservação da
linha é assim, por si só, um quase garante da preservação do vale.
O vale do Tua faz parte de uma das mais interessantes regiões do continente, do ponto
de vista ambiental e paisagístico, que o Estado tolera sacrificar. Outros exemplos
flagrantes são o vale do Sabor, a Costa Vicentina, o Parque Natural de Montesinho
(parques eólicos), diversas áreas incluídas na Rede Natura 2000, para referir apenas
alguns dos mais mediáticos.
Um sucesso nas reivindicações pela preservação do vale do Tua seria do maior
interesse para um renascer da esperança de que é possível, com uma adequada
dinamização dos cidadãos, batalhar por causas que à partida se julgam – ou que
alguns querem fazer crer - perdidas.
Mas um eventual insucesso não deve fazer desmoronar todo o trabalho de
mobilização empreendido. Independentemente do desfecho, o esforço efectuado pelo
MCLT poderia e deveria ser aproveitado, direccionado e aplicado em outras causas
similares onde esteja posto em causa património natural ou construído, como o vale
do Sabor, não muito longe do Tua, ou outros, pois estamos certos de que a maioria
dos peticionários e membros do MCLT, mesmo os que desconheçam o valor
ambiental e patrimonial de outros locais, estarão dispostos a reivindicar a sua
preservação pois é da delapidação de património da mesma grandeza que se trata.
A melhores saudações e o desejo de sucesso neste assunto do maior interesse para
todos.
Porto, 25 de Julho de 2008
Raul Cerveira Lima
Presidente do Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens (FAPAS)

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