terça-feira, 29 de julho de 2008

Federação de Viseu demarca-se de críticas a Sócrates

Grupo enviou carta aberta com críticas ao primeiro-ministro
(Público) Em Linha 29.07.2008 - 19h23 Lusa
A Federação de Viseu do PS demarcou-se hoje das críticas feitas por um grupo de militantes do distrito numa carta aberta dirigida ao secretário-geral do partido, José Sócrates. A edição de hoje do “Diário de Notícias” refere que, na carta, "apoiantes de Manuel Alegre" acusam José Sócrates de não promover a discussão interna. A carta aberta foi publicada na última edição do “Jornal do Centro”, assinada por Joaquim Sarmento, Jorge Silva, João Botelho, Paula Rodrigues e Júlio Barbosa, militantes de base que contam assistir "angustiados ao triunfo crescente do neoliberalismo no interior do partido"."No PS, onde nada se debate, cada vez mais reduzido à participação dos que ocupam cargos políticos, há uma claustrofobia asfixiante. (...) É triste assistirmos ao silêncio cúmplice e em muitos casos de consonância com o 'status quo' de importantes personalidades socialistas cuja opinião é avalizada pelos cidadãos", pode ler-se no documento.
O presidente da Federação de Viseu do PS, José Junqueiro, garantiu que esta é "uma opinião marginal, que não se identifica com nenhuma corrente dentro do partido", nem da Distrital. Os militantes socialistas criticam que as políticas sociais "vão sendo subordinadas à lógica do mais puro economicismo, destruindo o Serviço Nacional de Saúde, subvertendo o ideário da escola humanista e pública, desvalorizando o papel do professor e da formação cultural do aluno" e que a justiça esteja "um verdadeiro lodaçal, sendo uma trincheira dos que têm mais posses e mais meios, em detrimento das classes mais desfavorecidas".

Os socialistas lembram, ainda, que Portugal é "o país da Europa com a maior desigualdade na distribuição da sua riqueza", onde "mais de dois milhões de portugueses vivem no limiar da pobreza", atribuindo a esta situação "uma grande responsabilidade do actual Governo, cujas reformas, na óptica da obsessão da redução do défice, têm penalizado primordialmente os mais pobres e carenciados".

José Junqueiro, que foi antigo secretário de Estado e é actualmente deputado da Assembleia da Republica eleito pelo círculo de Viseu, considerou que os autores da carta revelam "um desconhecimento da actividade governativa". Por outro lado, afirma que têm "uma atitude depressiva muito própria de quem está na vida sem horizontes". Segundo José Junqueiro, "percebe-se que pessoas que têm uma atitude depressiva não possam compreender o primeiro-ministro, um homem de esperança, com um optimismo que faz falta ao país".

1 comentário:

Anónimo disse...

A Federação de Viseu não é José Junqueiro.
Pela forma como reagiu à carta aberta, revela bem o político e o homem. E mais não digo