É por não acreditar piamente na vitória à Câmara do Porto que Elisa Ferreira prefere acautelar-se com uma candidatura ao Parlamento Europeu?
1. O Instituto Nacional de Estatística (INE) libertou, anteontem, as Contas Regionais que cobrem o período 1995-2006. O retrato não é famoso: Portugal continua a afastar-se da média comunitária e, dentro do país, as assimetrias entre regiões agravam-se de forma porventura irreversível. Quem está pior? Ou melhor: quem continua a estar pior? O Norte, pois claro.
Vejamos os números libertados pelo insuspeito INE. No espaço de uma década, o Produto Interno Bruto "per capita" da região caiu de 85% para 80%. Tradução: a riqueza por habitante é menor, logo a qualidade de vida de quem vive no Norte caiu. Excluindo o Centro, todas as outras regiões melhoraram os seus índices, com Lisboa na dianteira.
A tragédia continua, quando se olha para o rendimento disponível (o que sobra depois dos impostos pagos e das transferências recebidas do Estado) - no Norte, a taxa de crescimento foi mais uma vez inferior à média nacional. No espaço de tempo considerado pelo INE, todas as restantes regiões do país tiveram melhores resultados.
A este série negra pode, sem dificuldade, juntar-se o elevado número de desempregados, as falências de pequenas e médias empresas em sectores tradicionais, a perda de capital humano, a fuga de empresas com alguma dimensão, a desertificação do Interior e o descalabro da agricultura... E por aí adiante, numa soma de resultado pesado para o Norte e para o País.
O que verdadeiramente incomoda é a absoluta passividade com que notícias como esta são recebidas na região. Isso significa apenas e só uma coisa: a região espera, comodamente sentada sobre os seus problemas, que a venham salvar. Excluindo uma ou outra voz mais atenta às causas e consequências do descalabro (como Elisa Ferreira, por exemplo), não existe hoje na região ninguém com energia e motivação para, pelo menos, levantar o dedo e pedir licença para iniciar uma discussão consistente sobre o problema. Esta declarada impotência mostra à saciedade o lamentável ponto a que chegamos.
Vejamos os números libertados pelo insuspeito INE. No espaço de uma década, o Produto Interno Bruto "per capita" da região caiu de 85% para 80%. Tradução: a riqueza por habitante é menor, logo a qualidade de vida de quem vive no Norte caiu. Excluindo o Centro, todas as outras regiões melhoraram os seus índices, com Lisboa na dianteira.
A tragédia continua, quando se olha para o rendimento disponível (o que sobra depois dos impostos pagos e das transferências recebidas do Estado) - no Norte, a taxa de crescimento foi mais uma vez inferior à média nacional. No espaço de tempo considerado pelo INE, todas as restantes regiões do país tiveram melhores resultados.
A este série negra pode, sem dificuldade, juntar-se o elevado número de desempregados, as falências de pequenas e médias empresas em sectores tradicionais, a perda de capital humano, a fuga de empresas com alguma dimensão, a desertificação do Interior e o descalabro da agricultura... E por aí adiante, numa soma de resultado pesado para o Norte e para o País.
O que verdadeiramente incomoda é a absoluta passividade com que notícias como esta são recebidas na região. Isso significa apenas e só uma coisa: a região espera, comodamente sentada sobre os seus problemas, que a venham salvar. Excluindo uma ou outra voz mais atenta às causas e consequências do descalabro (como Elisa Ferreira, por exemplo), não existe hoje na região ninguém com energia e motivação para, pelo menos, levantar o dedo e pedir licença para iniciar uma discussão consistente sobre o problema. Esta declarada impotência mostra à saciedade o lamentável ponto a que chegamos.
2. Por falar em Elisa Ferreira... Miranda Calha, coordenador do PS para as autarquias, acha que a eurodeputada é "um bom nome" para candidatar à Câmara do Porto. É, de facto. Já aqui se disse que, caso a candidatura se confirme (e já vai sendo tarde...), a disputa com Rui Rio será dura e interessante de seguir. Sucede que Elisa estará a ponderar candidatar-se não apenas à autarquia, mas também ao Parlamento Europeu. Será uma má decisão. O eleitor terá direito a perguntar: é por não acreditar piamente na vitória à Câmara que Elisa Ferreira prefere acautelar-se com uma candidatura ao PE? A corrida com Rio não lhe exige total concentração e dedicação aos problemas do Porto?
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