sábado, 5 de julho de 2008

Cavaco Silva pede "olhar muito particular" para interior desertificado.

A desfaçatez deste Cavaco Silva, primeiro-ministro de Portugal durante 12 anos, já ultrapassa tudo. Que são estas lágrimas mais do que as lágrimas do crocodilo? Cavaco vem pedir desculpa aos portugueses por ter rasgado um capítulo inteiro da Constituição, o da Regionalização, em 1994, quando os seus ministros se preparavam para a implementar nos termos da Lei? Qual é a maior responsabilidade pela macrocefalia centralista deste país que cada vez se aspira mais a si próprio? Quem são os responsáveis pela desertificação não só do interior como do país inteiro, criando na capital uma supermetrópole aspiradora de tudo, ao nível do mais atrasado do terceiro mundo e sob a cobertura das teorias imbecis de alguns tolas lisboetas de ser a única região competitiva da península em Portugal? De quem é a culpa principal da incapacidade para governar este país, por o governo ser pesado demais e os municípios terem dimensão a menos? De quem é a culpa de não termos, como os outros países europeus, uma governação a nível regional, que garanta não só a pluralidade política institucional como a diversidade de pólos de desenvolvimento capazes de provocarem a competitividade interna e a coesão nacional, neste momento inteiramente esfrangalhada pelo centralismo, pela estagnação económica e pela degradação social que nenhum assistencialismo estatal ou misericordioso poderá resolver sem ser o que será sempre? Caridade, paleativo, farsa de justiça social! Quem é o primeiro responsável senão Cavaco Silva?
Que cor têm estas lágrimas de crocodilo senão as do vermelhgo-sangue? Sem regionalização é a desertificação, a vitória final do centralismo na autofagia nacional! Cavaco é o responsável nº 1. Os cidadãos que nele votaram exerceram o seu direito e é incontestavelmente o PR. Nada a dizer sobre isso. Mas a história de não haver uma candidatura que lhe fizesse frente, ou melhor haver duas para lhe estender a passadeira vermelha, ainda está por contar devidamente. Ainda ninguém percebeu como foi tão fácil a vitória do rei do Betão e do centralismo, pelos vistos agora também seguido, a par e passo.
A destruição do interior?! A destruição do interior foi o boicote da regionalização e a destruição da agricultura portuguesa em lugar da sua modernização! É preciso muita lata para parecer que chegou de Marte e ficou surpreendido... E , claro, na comunicação social e no comentarismo, ninguém vai dizer nada. O presidente fala de cima da burra e faz de todos nós meios de transporte!
Claro que vai dando umas cacetadas ao governo... O governo PS servir-lhe-á enquanto servir...
04.07.2008 - 17h41 Lusa
O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje que Portugal "não pode ser apenas um país de litoral" e pediu um "olhar muito particular" para os concelhos do interior, acrescentando que não se resignará com a “desertificação”. O chefe de Estado falou, ainda, dos investimentos avultados em obras públicas anunciados pelo Governo – por contraposição aos pequenos investimentos que estas zonas precisavam.Durante uma visita ao Castelo de Alter do Chão, em Portalegre, que reabriu hoje ao público, após 14 anos fechado, Cavaco Silva pediu uma "atenção particular dos poderes públicos" para o norte alentejano, sublinhando que "só assim será possível combater a tendência para o despovoamento e envelhecimento". "Nos últimos 15 anos, o distrito de Portalegre perdeu cerca de 11 por cento de habitantes e temos que comparar com o que aconteceu em duas regiões vizinhas de Espanha, as províncias de Cáceres e de Badajoz", lembrou.Enquanto em Portalegre houve um "acentuado decréscimo da população", nas províncias de Cáceres e de Badajoz "verificou-se um aumento", vincou Cavaco Silva, que, acompanhado da mulher, Maria Cavaco Silva, viajou entre o centro de Alter do Chão e o Castelo numa charrete escoltada por cavaleiros montados em cavalos de puro-sangue Lusitano da linhagem Alter Real.O presidente da República mostrou-se ainda "sensibilizado" e "impressionado" com as reivindicações de uma delegação da Assembleia Municipal de Portalegre, apresentadas no Palácio de Belém, há cerca de duas semanas. No encontro, a delegação, com representantes de todos os partidos, em vez de pedir auto-estradas, frisou Cavaco Silva, reivindicava apenas "melhores vias de comunicação rodoviárias", para ligar Portalegre a Elvas e a construção da variante de Estremoz.

Foram "apenas solicitar vias de comunicação que têm um custo relativamente pequeno quando comparado com obras muito avultadas que têm vindo a ser anunciadas no nosso país", salientou o Chefe de Estado. Cavaco Silva considerou que as "duas simples obras públicas" reivindicadas pela delegação podem dar um "importante contributo" para a competitividade e para coesão territorial da região e, desta forma, combater a tendência para o envelhecimento e despovoamento e melhorar a capacidade para atrair investimento privado e valorizar as produções locais.O presidente da República reafirmou em Alter do Chão o compromisso assumido com a delegação da Assembleia Municipal de Portalegre em "alertar, dentro das suas competências, os poderes públicos" para a desertificação do norte alentejano. "Não podemos esquecer o distrito de Portalegre pelo facto de, neste momento, só ter dois deputados e, nas décadas recentes, se ter verificado um decréscimo significativo da população", lembrou.Antes da intervenção de Cavaco Silva, discursaram o presidente da Câmara e Alter do Chão (PSD), Joviano Vitorino, e o presidente da Assembleia Municipal, António Borges, que evocou o passado de batalhas há muitos séculos no Castelo de Alter do Chão para alertar para os combates actuais. "Hoje, os combates são diferentes, mas o nosso fraco desempenho põe em risco a nossa independência face a parceiros mais avançados e mais fortes. Precisamos, com em poucos momentos da nossa história, de grande lucidez e grande determinação para vencer", disse.Depois de Alter do Chão, o Presidente da República rumou à vila vizinha de Fronteira, para conhecer os investimentos e projectos em curso no concelho e inaugurar o Observatório Astronómico da Ribeira Grande.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que análise tão realista. O senhor Presidente esqueceu-se que já foi 1º. deste País com duas maiorias absolutas e dinheiro a rodos da UE.
Onde foi gasto?
10 anos calado não fizeram esquecer os seus governos e de quem agora pretende ajudar.