PÚblico) Em Linha 01.07.2008 - 11h57 Lusa
A criação de Unidades de Saúde Familiares (USF) está a ser sentida apenas por 13 por cento da população, diz o balanço do Observatório dos Sistemas de Saúde apresentado hoje.
A criação de Unidades de Saúde Familiares (USF) está a ser sentida apenas por 13 por cento da população, diz o balanço do Observatório dos Sistemas de Saúde apresentado hoje.
Luís Pisco, coordenador da Missão de Cuidados de Saúde Primários, atribui os atrasos à necessidade de nova legislação e à mobilidade dos médicos.“Não existiu um trabalho consistente de abertura de USF” em 2007, refere o Observatório no Relatório de Primavera 2008. Das 65 unidades que abriram no ano passado, 25 (ou seja, 41 por cento) abriram em Dezembro.Luís Pisco reconhece que foram estabelecidas metas “muito ambiciosas” em 2005, aquando da apresentação das linhas de orientação para a reforma dos cuidados de saúde primários.
Para o coordenador, a demora deve-se a vários factores, como a criação de dois decretos-lei e vários despachos, movimentação de médicos, informatização e obras de requalificação de instalações em todas as USF. "Num contexto de grande falta de médicos de família, permitir a mobilidade de pessoas de uns locais para outros, para as equipas se poderem constituir de uma forma voluntária, é um puzzle muito complexo. Não se pode tirar pessoas de um local para o outro deixando a descoberto doentes", lembrou.
Mas Luís Pisco considera “bem-vindas” as críticas feitas pelo Observatório, porque permitem uma reflexão. Na sua opinião, é positivo que o Observatório não tenha questionado "ninguém", nem a "direcção das reformas" nem aquilo que está a ser feito. "As primeiras USF abriram em Setembro de 2006 e em menos de dois anos temos um milhão e 700 mil pessoas a serem servidas nestas unidades (...). Isto é muito significativo para essas pessoas. Infelizmente não conseguimos chegar a todos. É absolutamente verdade e estamos a trabalhar arduamente para isso".
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