quinta-feira, 3 de julho de 2008

Por Rio Fernandes
Embora evidentes e graves, os problemas junto às fronteiras administrativas (concelhos) não serão os mais importantes no Grande Porto, tendo em conta que outros, de carácter supramunicipal, podem ser bem mais penalizadores, sobretudo no médio-longo prazo para o conjunto do território.
De facto, na ausência de um projecto para o futuro da cidade-metrópole do Porto que assegure as relações entre responsabilidades de escala e de âmbito (transportes, ambiente, educação,...), assim como a articulação institucional que trace objectivos e assegure níveis mínimos de coordenação, vão-se somando as contradições com as inevitáveis e consideráveis perdas de eficácia, por exemplo entre a tentativa de valorização do comércio na Baixa do Porto e a multiplicação da oferta periurbana, ou com a prioridade conferida à criação de linhas de metro para áreas de negócios relativamente aos territórios onde é maior a procura de transporte colectivo nas deslocações para trabalho e ensino.
Ao mesmo tempo, esquecem-se ou, no mínimo, desvalorizam-se, questões que não encontram responsável politicamente legitimado na concertação com o governo central, como é o caso de ligações aéreas e por ferrovia, ou de estruturas de ensino superior e de saúde, e continua a decidir-se a partir da capital as prioridades metropolitanas, como acontece por exemplo em relação à rede rodoviária. (Texto transcrito do Blog "REGIONALIZAÇÃO" de 01.07.08)

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