
Grande problema é a incapacidade de governar num contexto destes. O governo central é demasiado pesado e os 305 municípios são demasiados restritos. O governo central pelo seu peso só consegue gizar megaprojectos, enquanto as câmaras, pela razão inversa, não têm capacidade para qualquer projecto com relevância económica. Para um, a escala é demasiada; para outro, é inexistente. No entremeio existem as CCR. Meramente planeadoras e consultivas desde os anos 60, actualmente funcionarizadas por nomeação política, seriam, com as Juntas Metropolitanas, a estrutura capaz de governar o país com incidência estratégica e efectiva na realidade económica, ambiental, social e cultural. Para isso precisariam de legitimidade democrática e autonomia política. Seria a regionalização.
Até lá, continuará a ser impossível fazer chegar a governação à malha média e fina da economia e as infra-estruturas necessárias à economia real. Continuaremos os megadesenhos no Terreiro do Paço que, na realidade, quando se concretizarem, e se isso acontecer, serão elefantes brancos.
Grande lavagem ao cérebro é nem se falar deste assunto, ou seja, da regionalização. O Centrão diz que sim quando está no poder, que não quando está na oposição e os anos passam-se neste circo. Como aliás diz que sim á regionalização quando está na oposição e que não quando está no poder.
O que está a acontecer no PS. É hora de pôr a regionalização na agenda, numa altura em que os 5 partidos parlamentares não dão uma palavra sobre o assunto e que o Dr. Rio se diverte a fazer flores para dizer que é muito aberto às discussões mas, mesmo assim, acha que o centralismo é o melhor sobretudo se dirigido por ele ou pela sua cor.
Não é por acaso que, do poder, não se vislumbra luz ao fundo do túnel. É preciso uma outra forma de governar: que acredite no país e que perceba que o país é mais do que a capital. Se assim não fosse teríamos uma capital, capital de nada. Que é o que por vezes parece. Ou é o que é cada vez mais. P.B.
03.07.2008 - 11h50 Por Lusa (PÚBLICO)
As actuais crises internacionais nos combustíveis e nos cereais "vieram para ficar, não são passageiras" e exigem "habilidade e capacidade" para as enfrentar, afirmou hoje em Maputo o ministro das Finanças português, Teixeira dos Santos."As crises provocadas pela evolução negativa dos preços dos combustíveis e dos cereais não são passageiras, vieram para ficar e nós vamos ter que conviver com elas", disse o ministro numa palestra sobre "Qualidade das Finanças Públicas e Desenvolvimento Económico", no Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique (ISCTEM). No último de três dias da sua visita a Moçambique, Teixeira dos Santos defendeu a importância da qualidade das finanças públicas como antídoto para momentos de perturbação nos mercados, como o actual. Para o ministro das Finanças, uma das formas de conter os efeitos negativos da crise é saber como obter receitas públicas e como gastá-las, pois "a qualidade financeira é importante para o desenvolvimento económico". "A qualidade das finanças públicas corresponde a boas escolhas em relação à obtenção das receitas públicas e às prioridades das despesas públicas", enfatizou Teixeira dos Santos. Além de uma correcta indicação das prioridades públicas para onde devem ser afectados os recursos do Estado, impõe-se igualmente a maximização dos resultados do esforço financeiro, tendo em conta que "não é só gastar bem, é necessário obter bons resultados", assinalou Teixeira dos Santos. A título de exemplo, o governante afirmou que nem sempre os Estados que canalizam mais recursos para a educação, através de um melhor rácio professor/aluno, obtêm melhores resultados. Segundo Teixeira dos Santos, a racionalidade nos gastos públicos gera confiança dos investidores e serve também de exemplo de boas práticas para o empresariado. "A percepção na sociedade de que há boa gestão das finanças públicas gera confiança na economia e serve de exemplo para os agentes privados, estimulando a boa gestão e racionalidade", salientou. Teixeira dos Santos afirmou ainda que o controlo da dívida pública é importante para o funcionamento da economia, pois o agravamento daquele indicador perturba a dinâmica do mercado, uma vez que um aumento da dívida pública leva o Estado a ter de recorrer a recursos financeiros que podiam ser aplicados para outros fins. "Quanto mais endividado estiver o Estado, de mais empréstimos irá precisar, colocando maior pressão sobre os mesmos recursos que fazem falta à economia", disse. Para o ministro das Finanças, que citou estudos do Fundo Monetário Internacional, Moçambique é um exemplo de uma correcta gestão de finanças públicas, sendo por isso recomendável como um caso de estudo de boa prática orçamental.
As actuais crises internacionais nos combustíveis e nos cereais "vieram para ficar, não são passageiras" e exigem "habilidade e capacidade" para as enfrentar, afirmou hoje em Maputo o ministro das Finanças português, Teixeira dos Santos."As crises provocadas pela evolução negativa dos preços dos combustíveis e dos cereais não são passageiras, vieram para ficar e nós vamos ter que conviver com elas", disse o ministro numa palestra sobre "Qualidade das Finanças Públicas e Desenvolvimento Económico", no Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique (ISCTEM). No último de três dias da sua visita a Moçambique, Teixeira dos Santos defendeu a importância da qualidade das finanças públicas como antídoto para momentos de perturbação nos mercados, como o actual. Para o ministro das Finanças, uma das formas de conter os efeitos negativos da crise é saber como obter receitas públicas e como gastá-las, pois "a qualidade financeira é importante para o desenvolvimento económico". "A qualidade das finanças públicas corresponde a boas escolhas em relação à obtenção das receitas públicas e às prioridades das despesas públicas", enfatizou Teixeira dos Santos. Além de uma correcta indicação das prioridades públicas para onde devem ser afectados os recursos do Estado, impõe-se igualmente a maximização dos resultados do esforço financeiro, tendo em conta que "não é só gastar bem, é necessário obter bons resultados", assinalou Teixeira dos Santos. A título de exemplo, o governante afirmou que nem sempre os Estados que canalizam mais recursos para a educação, através de um melhor rácio professor/aluno, obtêm melhores resultados. Segundo Teixeira dos Santos, a racionalidade nos gastos públicos gera confiança dos investidores e serve também de exemplo de boas práticas para o empresariado. "A percepção na sociedade de que há boa gestão das finanças públicas gera confiança na economia e serve de exemplo para os agentes privados, estimulando a boa gestão e racionalidade", salientou. Teixeira dos Santos afirmou ainda que o controlo da dívida pública é importante para o funcionamento da economia, pois o agravamento daquele indicador perturba a dinâmica do mercado, uma vez que um aumento da dívida pública leva o Estado a ter de recorrer a recursos financeiros que podiam ser aplicados para outros fins. "Quanto mais endividado estiver o Estado, de mais empréstimos irá precisar, colocando maior pressão sobre os mesmos recursos que fazem falta à economia", disse. Para o ministro das Finanças, que citou estudos do Fundo Monetário Internacional, Moçambique é um exemplo de uma correcta gestão de finanças públicas, sendo por isso recomendável como um caso de estudo de boa prática orçamental.
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